quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SIDDHARTA
Como toda a obra de Hermann Hesse, “Siddharta” acusa um certo percurso autobiográfico, reflectindo as obsessões de um autor que gosta de fazer introspecção sobre a sua própria natureza espiritual e examinar as qualidades místicas da experiência humana. “Siddharta” é um livro de introspecção e reflexão sobre o percurso que cada um de nós pode fazer em busca da harmonia e da felicidade. Não é obra para aqueles que gostam de acção ou suspense, nem para quem não suporta olhar-se ao espelho para tentar descobrir-se e encontrar o caminho da perfeição, ou simplesmente, encontrar uma relação harmónica com a vida e consigo mesmo. “O Jovem brahaman, chamado Siddharta, empreendeu uma viagem que começa na casa de seu pai e termina num rio. Nesta aventura pessoal conhece e vive experiências que irão transformar a sua forma de entender a Verdade e a Harmonia do mundo. A história conta a viagem espiritual de “Siddharta, um jovem bramán que quer encontrar a sabedoria. Primeira, busca-a com os Bramanes, aprendendo com os mestres a doutrina budista. Porém, sentindo que não pode aprender mais e não encontrando sentido em tão elevada sublimação espiritual, vai ao encontro dos Samanas, aprendendo com estes a jejuar, a meditar e a renunciar aos prazeres da vida. Mais uma vez insatisfeito, abandona-os e parte ao encontro de Buda, grande profeta e guia espiritual do Budismo. Apesar de fascinado pela sua sabedoria e tranquilidade, afasta-se das suas doutrinas e continua a sua viagem em busca DE SI PRÓPRIO E DA PAZ INTERIOR. Posteriormente, encontra Kamala, uma mulher de beleza extraordinária que presta serviço a homens muito ricos, com a qual começa uma estranha relação de amor. Através dela converte-se num comerciante de êxito e num homem rico. Mais uma vez intranquilo com tanta lascívia e depravação, abandona Kamala e as riquezas e parte novamente em busca de SI PRÓPRIO E DA FELICIDADE. Finalmente, Junto a um rio e ao seu amigo barqueiro, homem simples e sábio, supera o sofrimento da fuga do seu filho e da morte de Kamala e encontra a harmonia e o entendimento da vida, escutando e aprendendo com o rio, símbolo da renovação e da continuidade, das vozes de todos os tempos e da unidade do Ser.” Hermann Hesse, neste livro, parece querer mostra-nos a luta intemporal do ser humano por encontrar a perfeição e a espiritualidade. Siddharta, renunciando à sua condição de jovem aburguesado e corroído por dentro pelo imperativo da posse suprema da sabedoria e da tranquilidade, busca ir ao fundo de tudo, de encontrar respostas, de saber quem é e o que quer, de desenhar a sua silhueta no mar de humanos que o envolve, de tirar todas as etiquetas que a sociedade lhe colocou. Enfim, segue o seu próprio caminho, procurando experienciar todas as formas de vida, para, na posse todas as sensações e vivências, entender a vida e encontrar a Harmonia e a Tranquilidade. Nunca chegaremos a saber se é possível a felicidade e a harmonia com o mundo e connosco, no entanto o autor da obra talvez nos queira deixar esta pista: “ cada um de nós deve seguir o seu caminho e realizar-se a si mesmo da maneira que lhe diz a sua consciência, ainda que isso seja pela forma mais simples, ou primitiva, aos olhos dos outros.”

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